Conjuntivite Neonatal

Entenda tudo sobre cistos e fístulas branquiais, incluindo suas causas, diagnóstico e tratamento. Descubra como essas anomalias surgem, como são diagnosticadas e quais são as melhores abordagens para tratamento e recuperação.
Pediatra

Pediatra

Dr. Elias El Mafarjeh
RQE Nº 99527

Conjuntivite Neonatal

Conjuntivite Neonatal: O Que Você Precisa Saber

O que é a conjuntivite neonatal?

A conjuntivite neonatal, também conhecida como oftalmia neonatal, é uma inflamação dos olhos que ocorre em recém-nascidos (RN). Essa condição é frequentemente resultado do contato com secreções genitais maternas contaminadas durante o parto, levando à infecção dos olhos do bebê. A conjuntivite neonatal pode ser causada por infecções bacterianas, virais ou por substâncias irritativas.

Embora a conjuntivite neonatal possa ser alarmante para pais e responsáveis, é importante saber que com o diagnóstico e tratamento adequados, a maioria dos casos é tratável e não leva a complicações graves. O reconhecimento precoce dos sintomas e a intervenção médica são fundamentais para garantir a saúde ocular do recém-nascido e evitar problemas futuros.

Quais são as principais causas de conjuntivite neonatal?

Conjuntivite Química

A conjuntivite química é causada por substâncias irritativas, sendo o nitrato de prata a causa mais comum. O nitrato de prata 1% foi historicamente usado para profilaxia, mas pode causar irritação nos olhos dos recém-nascidos. Os sintomas geralmente surgem 1-2 dias após a administração do nitrato de prata e incluem hiperemia conjuntival leve. O tratamento geralmente não é necessário, mas lágrimas artificiais podem ser usadas para aliviar o desconforto.

Conjuntivite Bacteriana Gonocócica

Essa forma de conjuntivite é causada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae e é uma condição grave que pode ocorrer 24-48 horas após o parto. Os sintomas incluem edema palpebral significativo, secreção purulenta abundante e hiperemia conjuntival. Se não tratada, a conjuntivite gonocócica pode levar a lesões oculares graves, perfuração da córnea e infecções sistêmicas como sepse, meningite e artrite. O tratamento é feito com ceftriaxona intramuscular 25-50 mg/kg (dose única) ou cefotaxima, com internação e antibioticoterapia sistêmica recomendadas se houver comprometimento da córnea.

Conjuntivite Bacteriana Não Gonocócica

Essa forma é causada pela bactéria Chlamydia trachomatis e os sintomas geralmente começam 5-14 dias após o parto. A conjuntivite não gonocócica é caracterizada por edema palpebral, hiperemia conjuntival e secreção leve a moderada, além de pseudomembranas. Pode causar complicações como pneumonia, otite e rinite. O tratamento envolve eritromicina oral 50 mg/kg/dia a cada 6 horas por 14 dias ou azitromicina 20 mg/kg/dia por 3 dias.

Conjuntivite Viral

A conjuntivite viral neonatal é uma condição rara e é frequentemente causada pelo vírus herpes simples (HSV-2). Os sintomas podem aparecer 5-14 dias após o parto e incluem vesículas palpebrais, hiperemia conjuntival e alterações sistêmicas como septicemia, meningite e pneumonia. O tratamento recomendado é aciclovir 45 mg/kg/dia intravenoso e vidarabine 3% tópica, administrada 5 vezes por dia durante 14 a 21 dias.

Como é feito o diagnóstico da conjuntivite neonatal?

O diagnóstico da conjuntivite neonatal é baseado em sinais clínicos como edema palpebral, secreção e vermelhidão (hiperemia) conjuntival. Para identificar o agente causador e determinar o tratamento específico, pode ser necessário realizar raspado conjuntival para isolamento do patógeno. Na ausência da identificação do agente, o tratamento deve cobrir tanto Neisseria gonorrhoeae quanto Chlamydia trachomatis, considerando a gravidade e as possíveis complicações associadas.

Qual é o diagnóstico diferencial?

O principal diagnóstico diferencial para a conjuntivite neonatal é a obstrução do canal lacrimal. A obstrução do canal lacrimal pode causar sintomas semelhantes aos da conjuntivite, como lacrimejamento excessivo e secreção ocular. O diagnóstico correto é essencial para garantir que o tratamento adequado seja administrado e para evitar complicações desnecessárias.

Profilaxia

A profilaxia para conjuntivite neonatal é importante para prevenir a ocorrência dessa condição. Existem duas abordagens principais para a profilaxia:

  • Nitrato de prata 1%: Método de Credé, que envolve a aplicação de uma gota de solução no fundo do saco lacrimal inferior de cada olho do recém-nascido.
  • Pomada de eritromicina 0,5%: Recomendada pela USA Task Force como uma alternativa eficaz para a profilaxia da conjuntivite neonatal.

Se o seu bebê apresentar sinais de conjuntivite neonatal, é fundamental consultar um profissional de saúde para uma avaliação detalhada e para o tratamento adequado. O tratamento precoce e a profilaxia correta são essenciais para garantir a saúde ocular do recém-nascido e evitar complicações futuras.