Pioartrite: Perguntas Frequentes
O que é pioartrite?
Pioartrite é uma infecção das articulações, também conhecida como artrite séptica, que pode ser causada por bactérias, fungos, micobactérias ou vírus. O termo é frequentemente utilizado para se referir à artrite bacteriana, que é a forma mais comum e grave. Essa infecção leva à inflamação da articulação, resultando em dor, inchaço e limitação do movimento, podendo causar danos permanentes se não tratada rapidamente.
Qual é a epidemiologia da artrite bacteriana?
A artrite bacteriana é mais comum na infância, especialmente em crianças com menos de cinco anos. Meninos são mais frequentemente afetados do que meninas. As articulações mais envolvidas são o quadril e o joelho, devido à sua grande vascularização e predisposição a infecções.
Como os microrganismos entram no espaço articular?
Os microrganismos podem invadir o espaço articular por três principais vias:
- Hematogênica: A forma mais comum, ocorre quando bactérias presentes na corrente sanguínea, devido a infecções respiratórias, cutâneas ou gastrointestinais, se disseminam até a articulação.
- Inoculação Direta: Ocorre quando um objeto contaminado, como uma agulha, ou procedimentos cirúrgicos e injeções, introduzem diretamente os microrganismos na articulação.
- Extensão Contígua: Mais rara, ocorre quando uma infecção adjacente, como osteomielite, se espalha para a articulação afetada.
Quais são os agentes etiológicos mais comuns?
Os agentes etiológicos variam conforme a idade e as condições de saúde da criança:
- Menores de 3 meses hospitalizados: Staphylococcus aureus, Streptococcus do grupo B, Candida e Neisseria gonorrhoeae.
- Menores de 3 meses na comunidade: Streptococcus do grupo B e Staphylococcus aureus.
- Crianças maiores de 3 meses: Staphylococcus aureus e Haemophilus influenzae tipo b (até os 6 anos de idade, quando não vacinados).
- Anemia falciforme: Salmonella pode ser um agente etiológico mais comum.
Como se manifesta a artrite bacteriana aguda?
A artrite bacteriana aguda pode se manifestar com os seguintes sinais e sintomas:
- Febre e dor monoarticular: Especialmente nas articulações do quadril, joelho e tornozelo.
- Inchaço e limitação do movimento: Devido à inflamação e acúmulo de líquido na articulação afetada.
- Lactentes: Em bebês jovens, sinais de sepse podem incluir irritabilidade, má alimentação, pseudoparalisia (falta de movimento no membro afetado), desconforto ao ser manuseado ou ao trocar a fralda, além de febre sem um foco aparente.
Como é feito o diagnóstico de pioartrite?
O diagnóstico de pioartrite pode ser confirmado pelos seguintes métodos:
- Confirmação: A identificação do patógeno no líquido sinovial por cultura ou outras técnicas diagnósticas confirma o diagnóstico. A presença de bactérias em hemoculturas também é indicativa, especialmente se os sintomas clínicos forem compatíveis.
- Exames de Imagem: A ressonância magnética (RM) é o exame de escolha para avaliar a extensão da infecção nas articulações e estruturas adjacentes.
- Exames Laboratoriais: VHS (velocidade de hemossedimentação) e PCR (proteína C reativa) são exames sensíveis para detectar inflamação, mas são pouco específicos para pioartrite. O aumento da contagem de leucócitos no líquido sinovial pode indicar infecção, embora esse achado esteja presente em apenas 50% dos casos.
Qual é o tratamento para pioartrite?
O tratamento para pioartrite deve ser iniciado o mais rápido possível e inclui:
- Drenagem do Fluido Articular: A drenagem do líquido sinovial é essencial para remover o material infectado, especialmente em artrite bacteriana do quadril e ombro, ou quando há falha na melhoria dos sintomas após 48 horas de terapia antimicrobiana.
- Terapia Antimicrobiana: A escolha do antimicrobiano é baseada no patógeno identificado no líquido sinovial ou em hemoculturas. A terapia pode ser administrada por via oral ou intravenosa, dependendo da gravidade da infecção e da resposta ao tratamento.
É fundamental seguir as recomendações médicas e continuar o tratamento até a conclusão completa, para evitar complicações graves, como destruição da articulação e limitação funcional a longo prazo.
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