Síndrome do Respirador Oral

Entenda o que é a Síndrome do Respirador Oral, suas causas, sintomas e tratamentos. Saiba como identificar essa condição comum em crianças e como tratá-la de forma eficaz.
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Dr. Elias El Mafarjeh
RQE Nº 99527

Síndrome do Respirador | Dr. Elias El Mafarjeh | Pediatra
Síndrome do Respirador Oral: O Problema de Respirar Pela Boca

Síndrome do Respirador Oral: O Problema de Respirar Pela Boca

O que é a síndrome do respirador oral?

A síndrome do respirador oral é uma condição comum que ocorre quando a respiração pela boca se torna predominante ou exclusiva, ao invés da respiração nasal, que é a forma fisiologicamente adequada de respirar. A respiração nasal filtra, aquece e umidifica o ar, protegendo as vias aéreas inferiores de partículas e agentes patogênicos. Já a respiração oral, além de não cumprir essas funções, pode gerar uma série de complicações, especialmente durante o crescimento infantil.

Essa condição pode ter várias causas, e as mais comuns incluem:

  • Rinite alérgica: Responsável por 81,4% dos casos, a inflamação crônica das vias aéreas causada por alérgenos é uma das principais causas de obstrução nasal.
  • Aumento das tonsilas faríngeas: Conhecidas popularmente como adenoides aumentadas, afetam 79,2% das crianças com respiração oral, bloqueando a passagem de ar pelo nariz.
  • Aumento das tonsilas palatinas: Também conhecidas como amígdalas, representam 12,6% dos casos, obstruindo o fluxo de ar pela faringe.
  • Desvio do septo nasal obstrutivo: Uma causa menos comum, afeta cerca de 1% das crianças, levando à dificuldade respiratória nasal devido à obstrução mecânica.

Para um diagnóstico preciso, é importante realizar uma investigação detalhada, começando pela anamnese (histórico clínico), onde é identificada a frequência da respiração oral (se constante ou intermitente), sintomas noturnos como roncos, apneia, infecções recorrentes, e sintomas alérgicos. O exame físico deve incluir a avaliação da orofaringe, fossas nasais, ouvidos, além de observar a postura da criança e qualquer deformidade torácica.

Quais são os sintomas e repercussões da respiração oral?

A respiração oral pode causar várias alterações no desenvolvimento craniofacial e dentário da criança, levando a características faciais típicas da síndrome do respirador oral. Algumas dessas características incluem:

  • Maxila atrésica: O maxilar superior fica mais estreito, o que pode afetar o encaixe adequado dos dentes.
  • Protrusão dos incisivos superiores: Os dentes da frente podem se projetar para fora, uma vez que a criança tende a manter a boca aberta frequentemente.
  • Mordida aberta e cruzada: Problemas na mordida, em que os dentes superiores e inferiores não se encontram adequadamente.
  • Eversão do lábio inferior: O lábio inferior pode se projetar para fora devido ao tônus muscular reduzido ao redor da boca.
  • Lábio superior hipodesenvolvido: O lábio superior tende a ser menos desenvolvido, tornando o aspecto facial mais alongado.
  • Narinas estreitas: A respiração crônica pela boca pode levar ao subdesenvolvimento das vias nasais.
  • Hipotonia da musculatura perioral: A diminuição do tônus muscular ao redor da boca resulta em uma face mais flácida e menos expressiva.

Além dessas mudanças estéticas e funcionais, a respiração oral está fortemente associada a distúrbios do sono. Muitas crianças desenvolvem ronco crônico e apneia obstrutiva do sono, especialmente quando as tonsilas faríngeas e palatinas estão aumentadas. Os sintomas variam de leves a graves e tendem a piorar entre os 2 e 6 anos de idade.

Crianças com síndrome do respirador oral também podem apresentar problemas de desenvolvimento, incluindo dificuldade de concentração, cansaço excessivo durante o dia e atrasos no crescimento físico. Em alguns casos, a condição está associada a problemas neurocognitivos e um maior risco de enurese (urinar na cama).

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico da síndrome do respirador oral é clínico e envolve a combinação dos sintomas relatados pelos pais e o exame físico detalhado. A observação da postura da criança, o formato do rosto e a posição da boca durante o repouso podem fornecer pistas importantes. A avaliação otorrinolaringológica é crucial para determinar a causa subjacente da obstrução nasal ou oral. Em alguns casos, exames adicionais, como a polissonografia (exame do sono) ou endoscopia nasal, podem ser necessários para confirmar a presença de apneia ou outras condições associadas.

Qual é o tratamento?

O tratamento da síndrome do respirador oral deve focar na causa da obstrução e ser iniciado o mais cedo possível para melhorar a qualidade de vida e minimizar as repercussões a curto e longo prazo. As abordagens de tratamento podem incluir:

  • Tratamento das condições subjacentes: Em muitos casos, tratar a rinite alérgica com medicamentos anti-histamínicos ou corticosteroides nasais pode aliviar a obstrução. A remoção cirúrgica das tonsilas ou adenoides aumentadas pode ser necessária se elas estiverem obstruindo significativamente as vias aéreas.
  • Correção de deformidades: Intervenções ortodônticas ou ortopédicas podem ser necessárias para corrigir o desenvolvimento facial anormal. O uso de aparelhos ortodônticos para expandir a maxila ou corrigir a mordida pode melhorar a respiração e a estética facial.
  • Acompanhamento e monitoramento: É essencial realizar um acompanhamento contínuo para garantir que a respiração nasal seja restabelecida e para monitorar o desenvolvimento facial e dentário da criança. Sessões de fonoaudiologia também podem ser indicadas para fortalecer a musculatura facial e perioral.

Se você suspeita que seu filho possa ter a síndrome do respirador oral, consulte o Dr. Elias El Mafarjeh para uma avaliação completa. A intervenção precoce pode prevenir complicações futuras e garantir o desenvolvimento saudável da criança.

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