Torcicolo Congênito: O Que É, Diagnóstico e Tratamento
Introdução
O torcicolo congênito é uma condição que afeta bebês, fazendo com que a cabeça incline para o lado do músculo afetado e se gire na direção oposta. A origem exata dessa condição, descrita como um “tumor fibroso”, não é totalmente compreendida, e diferentes teorias tentam explicar a causa. No entanto, sabe-se que o músculo esternocleidomastoideu (ECM) é o principal envolvido na condição.
Embora o torcicolo congênito seja uma condição relativamente comum e, em sua maioria, tratável, o diagnóstico precoce e a intervenção são cruciais para evitar complicações a longo prazo. Se não for tratado adequadamente, pode interferir no desenvolvimento motor e postural do bebê.
Quadro Clínico
O torcicolo congênito geralmente se manifesta algumas semanas após o nascimento, sendo uma condição frequentemente isolada. A forma mais comum é o torcicolo congênito muscular, causado pela fibrose e encurtamento do músculo esternocleidomastoideu, que está localizado na lateral do pescoço e é responsável pela movimentação e inclinação da cabeça. Como resultado, o bebê mantém a cabeça inclinada para o lado do músculo afetado e com o queixo apontando para o lado oposto.
Em muitos casos, os pais podem notar um nódulo ou endurecimento no músculo afetado, que pode ser sentido durante o toque. Esse nódulo é conhecido como “tumor do esternocleidomastoideu”, embora seja benigno e geralmente desapareça com o tempo e tratamento adequado.
Diagnóstico
O diagnóstico de torcicolo congênito é realizado principalmente com base em um exame clínico detalhado, conduzido por um pediatra ou especialista. Durante a avaliação, o médico observa a posição da cabeça e a amplitude de movimento do pescoço do bebê. Em alguns casos, exames de imagem, como ultrassonografia, podem ser utilizados para verificar a extensão da fibrose ou excluir outras condições, como anomalias vertebrais congênitas, que podem contribuir para a assimetria postural.
É importante que o diagnóstico seja feito o quanto antes, pois a intervenção precoce tende a proporcionar resultados melhores, evitando deformidades crônicas ou limitações de movimento no futuro.
Tratamento
O tratamento inicial para o torcicolo congênito é conservador e envolve fisioterapia e/ou osteopatia. Estudos indicam que a fisioterapia é eficaz em cerca de 90% dos casos, especialmente quando o tratamento é iniciado nas primeiras semanas de vida. A fisioterapia visa alongar o músculo esternocleidomastoideu encurtado e restaurar a amplitude de movimento normal do pescoço.
Exercícios de Alongamento Muscular
Os pais são orientados a realizar exercícios de alongamento em casa, com o acompanhamento e instrução de um fisioterapeuta. Um dos exercícios mais comuns envolve segurar o ombro do bebê contra uma superfície firme, enquanto o outro adulto gira suavemente a cabeça do bebê em direção ao ombro oposto. Esse movimento ajuda a alongar o músculo afetado de forma gradual e segura.
Reorganização do Ambiente
Além dos exercícios, a reorganização do ambiente do bebê pode ajudar no tratamento. Colocar brinquedos ou outros objetos de interesse do lado oposto ao músculo encurtado pode incentivar o bebê a virar a cabeça de maneira natural, alongando o músculo ao longo do dia. Posicionar o berço ou mudar o ângulo de visão do bebê também pode ser útil nesse processo.
Duração do Tratamento
O tratamento com fisioterapia geralmente dura de 4 a 6 meses. Durante esse período, o fisioterapeuta monitorará o progresso do bebê e ajustará o plano de tratamento conforme necessário. O objetivo é restaurar o alinhamento normal da cabeça e melhorar a mobilidade do pescoço.
Tratamento com Toxina Botulínica
Em casos onde a fisioterapia não apresenta resultados satisfatórios após seis meses de tratamento intensivo, pode-se considerar o uso de injeções de toxina botulínica no músculo afetado. Esse tratamento tem demonstrado ser eficaz em 74% a 95% dos casos, ajudando a relaxar o músculo e melhorar a amplitude de movimento, evitando a necessidade de intervenções cirúrgicas.
Intervenção Cirúrgica
A cirurgia é raramente necessária e só é considerada nos casos em que o torcicolo não responde a tratamentos conservadores. A cirurgia envolve o alongamento ou liberação do músculo esternocleidomastoideu, permitindo que a cabeça retorne a uma posição normal. Felizmente, a maioria dos bebês com torcicolo congênito melhora significativamente com a fisioterapia e não necessita de cirurgia.
Se você suspeita que seu bebê possa ter torcicolo congênito, consulte o Dr. Elias El Mafarjeh para garantir que o tratamento seja iniciado rapidamente e que o desenvolvimento normal não seja prejudicado. Com tratamento adequado e acompanhamento, a maioria das crianças se recupera completamente, sem sequelas a longo prazo.