Bronquiolite

Entenda o que é bronquiolite em bebês, seus sintomas, fatores de risco, diagnóstico e formas de prevenção. Saiba como proteger seu bebê de infecções respiratórias.
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Dr. Elias El Mafarjeh
RQE Nº 99527

Bronquiolite | Dr. Elias El Mafarjeh | Médico Pediatra
Bronquiolite em Bebês: O que é e Como Identificar

Bronquiolite em Bebês: O que é e Como Identificar

O que é bronquiolite?

A bronquiolite é uma infecção das pequenas vias aéreas (bronquíolos) que ocorre principalmente em bebês com menos de 2 anos. Ela é causada por vírus e é identificada clinicamente pela presença de chiado no peito, conhecido como sibilância. Geralmente, é o primeiro episódio de sibilância na vida da criança.

O que causa essa infecção?

Ocorre quando um vírus infecta os bronquíolos, pequenas passagens de ar nos pulmões. O período de incubação, ou seja, o tempo entre o contato com o vírus e o início dos sintomas, varia entre 4 e 6 dias. O processo inflamatório afeta o revestimento dos bronquíolos, causando aumento na produção de muco, morte de células e inchaço (edema). Isso leva à obstrução parcial dessas vias respiratórias, resultando em dificuldades para respirar, chiado no peito e, em alguns casos, falta de ar.

A recuperação do epitélio pulmonar ocorre em 3 a 4 dias, mas os cílios (estruturas que ajudam a eliminar o muco) levam até 2 semanas para se regenerar completamente. Isso explica por que a doença pode durar até 12 dias, e em alguns casos, pode se estender por 3 a 4 semanas.

Principais vírus causadores da bronquiolite

  • Vírus Sincicial Respiratório (VSR): Responsável por 50 a 80% dos casos e a causa mais comum em bebês. A primeira infecção pelo VSR tende a ser a mais grave.
  • Metapneumovírus Humano (MPVH): Causa entre 3 a 19% dos casos dessa infecção.
  • Adenovírus: Geralmente associado a casos mais graves de bronquiolite.
  • Outros vírus: Incluem parainfluenza, influenza, rinovírus (que pode estar relacionado ao desenvolvimento de asma no futuro) e enterovírus.

Em cerca de 30% dos casos, mais de um vírus pode estar envolvido, mas ainda há debates sobre se isso aumenta a gravidade da doença.

Sintomas da bronquiolite

A bronquiolite evolui em três fases principais:

  • Fase Prodrômica (2-4 dias): Sintomas iniciais semelhantes a um resfriado comum, como nariz entupido e coriza.
  • Comprometimento das Vias Aéreas Inferiores (3-5 dias): Nesta fase, surgem tosse, chiado no peito e dificuldade para respirar. O desconforto respiratório atinge seu pico após 3 a 5 dias.
  • Fase de Convalescença (2-3 semanas): Os sintomas começam a melhorar gradualmente até a recuperação total.

Nos casos de bebês recém-nascidos ou prematuros (com idade gestacional corrigida de menos de 48 semanas), a apneia (pausas na respiração) pode ser o único sintoma de bronquiolite.

Fatores de risco para bronquiolite grave

Alguns bebês têm maior risco de desenvolver formas graves de bronquiolite. Esses fatores de risco incluem:

  • Bebês com menos de 6-12 semanas de idade.
  • Nascidos prematuros (menos de 35-36 semanas de gestação).
  • Presença de doença pulmonar crônica (como broncodisplasia).
  • Doença cardíaca significativa ou imunodeficiência.
  • Alterações no nível de consciência (sonolência excessiva).
  • Desidratação (dificuldade em ingerir líquidos).
  • Toxemia (presença de toxinas no sangue).
  • Saturação de oxigênio (SpO2) ≤ 90%.
  • Frequência respiratória (FR) ≥ 70 respirações por minuto.
  • Desconforto respiratório grave, com sinais como batimento das asas nasais ou gemência.

Diagnóstico da bronquiolite

O diagnóstico de bronquiolite é clínico, baseado nos sintomas e no exame físico da criança. Não são necessários exames complementares de rotina para diagnosticar a bronquiolite, como raios-X ou exames laboratoriais, na maioria dos casos. No entanto, em casos graves ou complicados, exames adicionais podem ser indicados.

Prevenção da bronquiolite

Medidas importantes para proteger seu bebê incluem:

Aleitamento materno

O aleitamento materno exclusivo até os 6 meses de idade é uma das formas mais eficazes de proteger seu bebê contra infecções respiratórias, incluindo a bronquiolite. Estudos mostram que o aleitamento materno pode reduzir o risco de infecções respiratórias virais em até 72%, pois fornece anticorpos e outros componentes que fortalecem o sistema imunológico do bebê.

Evitar tabagismo passivo

Evitar a exposição ao tabagismo passivo é crucial. A fumaça do cigarro pode irritar as vias respiratórias do bebê e aumentar o risco de infecções respiratórias. Portanto, mantenha o ambiente do bebê livre de fumaça de cigarro e evite fumar perto dele.

Uso de Palivizumabe

O Palivizumabe é um anticorpo monoclonal que ajuda a proteger contra o Vírus Sincicial Respiratório (VSR), uma das principais causas de bronquiolite. Este medicamento é administrado em 5 doses mensais e é indicado para alguns grupos de risco específicos:

  • Prematuros com menos de 29 semanas de idade gestacional: Estes bebês têm maior risco de bronquiolite e podem se beneficiar do Palivizumabe até 1 ano de idade.
  • Crianças com cardiopatias congênitas que afetam a circulação sanguínea: O Palivizumabe pode ser recomendado até os 2 anos de idade.
  • Bebês com displasia broncopulmonar: Crianças que necessitam de oxigênio ou outros tratamentos respiratórios podem se beneficiar do uso do Palivizumabe.

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