Coqueluche: O Que É e Como Proteger Seu Bebê
O que é a coqueluche?
A coqueluche é uma doença infecciosa altamente contagiosa, causada pela bactéria Bordetella pertussis. Essa doença afeta principalmente o sistema respiratório e é transmitida pelo contato com gotículas respiratórias expelidas durante a fala, tosse ou espirro. Embora seja menos comum, a transmissão também pode ocorrer por objetos contaminados com secreções respiratórias de uma pessoa infectada.
Como a Coqueluche é Transmitida?
A coqueluche é transmitida principalmente através do contato direto com gotículas respiratórias de uma pessoa infectada. O período de incubação, que é o tempo entre o contato com o agente patogênico e o aparecimento dos sintomas, varia de 5 a 10 dias. Após o contato com a bactéria, a pessoa infectada começa a transmitir a doença cerca de 5 dias depois e pode continuar a transmitir por até 3 semanas se não for tratada. O risco de transmissão é mais alto durante a primeira semana, que corresponde à fase inicial da doença, conhecida como fase catarral.
Sintomas da Coqueluche
A coqueluche geralmente evolui por três fases principais:
Fase Catarral (1-2 semanas)
Nesta fase inicial, os sintomas são semelhantes aos de um resfriado comum e podem incluir febre baixa, mal-estar, coriza e tosse seca. Com o tempo, a tosse vai se tornando mais intensa e frequente. Esta é a fase em que o risco de transmissão da doença é mais alto, devido à alta quantidade de bactérias presentes nas secreções respiratórias.
Fase Paroxística (2-6 semanas)
Durante a fase paroxística, o paciente experimenta crises intensas de tosse, seguidas por um som característico chamado de “guincho” quando respira. Essas crises podem ser acompanhadas de cianose (pele azulada devido à falta de oxigênio), apneia (interrupção temporária da respiração) e vômitos. As crises de tosse costumam ser mais frequentes nas primeiras semanas e tendem a ocorrer principalmente durante a noite. As complicações mais graves da coqueluche, como infecções secundárias e fraqueza do sistema imunológico, podem ocorrer devido à intensidade da tosse e à duração prolongada da doença.
Fase de Convalescença (2-6 semanas)
Na fase de convalescença, a frequência e a gravidade das crises de tosse começam a diminuir gradualmente, levando à recuperação completa. No entanto, mesmo após a melhora dos sintomas, a tosse pode persistir por um período prolongado.
Casos Atípicos e Coqueluche em Bebês
Em pessoas que foram vacinadas ou tiveram contato com a bactéria há mais de 5 anos, a coqueluche pode se manifestar de forma mais leve, com apenas tosse seca prolongada. No entanto, bebês menores de 6 meses são particularmente vulneráveis e podem desenvolver casos graves da doença, com sintomas severos como cianose, vômito e apneia. Nessa faixa etária, a coqueluche pode rapidamente evoluir para insuficiência respiratória grave devido ao acúmulo excessivo de glóbulos brancos no sangue (hiperleucocitose), que pode resultar em hipertensão pulmonar.
Como Proteger Seu Bebê?
A vacinação é a principal forma de proteção contra a coqueluche. A vacina pentavalente, que inclui a vacina contra a coqueluche, é essencial para a prevenção da doença em crianças. Além disso, o reforço com a vacina DTPa (Difteria, Tétano e Pertussis acelular) também é recomendado. A vacinação de gestantes é especialmente importante, pois garante que os anticorpos contra a coqueluche sejam transferidos para o bebê ainda durante a gestação, proporcionando proteção adicional nos primeiros meses de vida.
Se você perceber que seu bebê está apresentando tosse intensa ou qualquer outro sintoma relacionado à coqueluche, é crucial procurar o pediatra imediatamente. O tratamento precoce é fundamental para reduzir o risco de complicações e garantir a saúde do seu filho.
Fatores de Gravidade da Coqueluche
Alguns sinais podem indicar que o quadro de coqueluche é mais grave, especialmente em bebês menores de 6 meses. É importante estar atento aos seguintes fatores:
- Tosse intensa acompanhada de apneia (pausas na respiração) ou bradicardia (batimento cardíaco lento);
- Leucocitose (excesso de glóbulos brancos no sangue) com mais de 30 mil células;
- Hipertensão pulmonar, que pode dificultar a respiração;
- Alterações no estado mental, como sonolência excessiva, ou até convulsões;
- Presença de outras doenças (comorbidades) ou histórico de nascimento prematuro.
Esses fatores aumentam o risco de complicações e tornam o acompanhamento médico imediato ainda mais essencial para garantir o tratamento adequado e minimizar o impacto da doença.
Como é Feito o Diagnóstico da Coqueluche?
O diagnóstico da coqueluche pode ser realizado de várias maneiras. O método mais preciso é o isolamento da bactéria Bordetella pertussis a partir de uma cultura da secreção nasal, conhecido como o “padrão ouro” devido à sua alta precisão. No entanto, esse exame pode demorar para fornecer resultados.
Como alternativa, o exame de RT-PCR, que também utiliza secreções nasais, é uma opção mais rápida e sensível para detectar a presença da bactéria. Esse exame deve ser realizado preferencialmente durante a primeira semana da doença, quando os sintomas ainda estão na fase catarral, ou até o terceiro dia após o início do uso de antibióticos.
Tratamento
O tratamento da coqueluche deve ser orientado pelo médico pediatra. Geralmente, o tratamento inclui o uso de antibióticos para reduzir a gravidade dos sintomas e limitar a transmissão da doença. Além disso, o tratamento pode envolver medidas de suporte, como o controle da tosse e o monitoramento de possíveis complicações.
Para mais informações sobre o tratamento adequado da coqueluche, é essencial consultar o pediatra, que fornecerá orientações específicas e personalizadas para a situação do seu bebê.