Cisto do Ducto Tireoglosso

Saiba tudo sobre o cisto do ducto tireoglosso, incluindo quadro clínico, diagnóstico e tratamento. Descubra como identificar e tratar essa condição que afeta o pescoço.
Pediatra

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Dr. Elias El Mafarjeh
RQE Nº 99527

Cisto do Ducto Tireoglosso: O Que Você Precisa Saber

Cisto do Ducto Tireoglosso: O Que Você Precisa Saber

O cisto do ducto tireoglosso é uma bolsa cheia de líquido que aparece na linha média do pescoço, geralmente movendo-se quando a pessoa engole ou mexe a língua. Esse cisto é um resíduo de uma estrutura que deveria desaparecer durante o desenvolvimento fetal. Embora seja uma condição presente desde o nascimento, normalmente só é detectada em crianças pequenas ou em adultos jovens. A condição pode ser isolada ou estar associada a outras anomalias, como cisto dermoide ou tireoide ectópica.

Quadro Clínico

O cisto do ducto tireoglosso costuma se apresentar como uma massa indolor e macia no pescoço. A maioria das vezes (em cerca de 65 a 70% dos casos), ele fica perto do osso hioide, localizado na parte superior do pescoço. Uma maneira importante de identificá-lo é que o cisto se move quando a pessoa engole ou faz movimentos com a língua. Em alguns casos, pode haver aumento do tamanho do cisto, que pode se tornar visível e palpável.

Os cistos do ducto tireoglosso são frequentemente assintomáticos e detectados durante exames físicos de rotina. No entanto, em casos mais avançados, podem ocorrer sintomas como dor, infecção ou inchaço local. A infecção do cisto pode levar a complicações como abscessos, que requerem tratamento antibiótico adicional e podem necessitar de drenagem cirúrgica.

Diagnóstico

Normalmente, o diagnóstico é feito pelo médico através do exame físico. O principal desafio é diferenciar o cisto do ducto tireoglosso de outras condições similares, como:

  • Cisto dermoide: Outro tipo de cisto que pode aparecer na linha média do pescoço e pode ter características semelhantes, mas geralmente não se move com a deglutição.
  • Tireoide ectópica: Quando a glândula tireoide está localizada em um lugar diferente do normal e pode apresentar-se como uma massa no pescoço.

Se houver dúvidas, um exame de ultrassonografia (USG) pode ser feito para ajudar a confirmar o diagnóstico. A ultrassonografia é útil para visualizar a estrutura e o conteúdo do cisto, bem como para avaliar a presença de infecção ou complicações associadas.

Em alguns casos, exames adicionais podem ser necessários para um diagnóstico mais preciso. A tomografia computadorizada (TC) pode ajudar a determinar a extensão do cisto e suas relações anatômicas com as estruturas adjacentes. A ressonância magnética (RM) pode fornecer uma visão mais detalhada das características dos tecidos moles e ajudar a diferenciar o cisto de outras lesões cervicais.

Tratamento

O tratamento para o cisto do ducto tireoglosso é geralmente cirúrgico. O procedimento, conhecido como procedimento de Sistrunk, envolve:

  • Remover o cisto.
  • Remover todo o trajeto do ducto tireoglosso.
  • Remover uma pequena parte do osso hioide, se necessário.

Esse tratamento é importante para evitar problemas futuros, como infecções. Embora seja raro, há um pequeno risco (menos de 1%) de que o cisto possa se tornar canceroso, por isso a remoção completa é recomendada para garantir a saúde e evitar a recorrência.

Após a remoção, o acompanhamento médico é crucial para garantir que a cicatrização ocorra adequadamente e para monitorar qualquer sinal de recorrência. O acompanhamento pode incluir consultas regulares com o otorrinolaringologista e, se necessário, exames de imagem para verificar a área operada.

Em alguns casos, pode haver complicações pós-operatórias, como infecção ou sangramento, que devem ser monitoradas de perto. É essencial seguir todas as orientações médicas, como cuidados com a ferida e restrição de atividades físicas intensas durante o período de recuperação.

O tratamento oportuno e a remoção completa do cisto do ducto tireoglosso são fundamentais para garantir a resolução da condição e minimizar o risco de recorrência ou complicações futuras. Com o tratamento adequado, a maioria dos pacientes pode retornar às suas atividades normais sem problemas adicionais.